Com ou sem glúten?
No ano passado, o assunto “glúten” ganhou destaque em muitos meios de comunicação. O tema não era a doença celíaca, mas sim dietas isentas de glúten para pessoas que não têm qualquer intolerância à substância, com a justificativa de que o glúten prejudica a saúde e sua retirada da dieta ajuda também na perda de peso.
Para entender melhor essa polêmica, primeiramente é preciso conhecer o glúten, que é uma proteína presente em diversos alimentos, como aveia, cevada, centeio e trigo. Consequentemente, pães, bolachas, macarrão, entre outros produtos, contêm glúten em sua composição.
Esses alimentos fazem parte do grupo dos carboidratos, que estão na base da pirâmide alimentar e são responsáveis por fornecer energia para o organismo. Portanto, quem ingere pouca quantidade de carboidratos pode sentir tontura, cansaço, confusão mental e ter o rendimento reduzido no trabalho, nos esportes, nos estudos e na rotina diária em geral.
A retirada do glúten da dieta, sem que seja por uma razão médica, vai contra as diretrizes de organizações respeitadas, como a Organização Mundial de Saúde (OMS) e a American Dietetic Association (ADA).
Segundo Ana Paula Mello, nutricionista do Meu Prato Saudável, as proteínas do glúten passam pelo processo de digestão e não há relatos na literatura que comprovem o acúmulo de glúten no intestino, uma das justificativas mais usadas para a prescrição da dieta isenta de glúten. “A única restrição com respaldo científico é para as pessoas que sofrem de sensibilidade ao glúten ou de doença celíaca, uma vez que retirar o glúten da dieta é a única forma de tratamento, sem contar que o diagnóstico clínico é de competência exclusiva do médico”, explica Ana Paula.
Isso quer dizer que, se você não tem doença celíaca, não há nenhuma razão para retirar o glúten da dieta!
“O glúten isolado não é responsável pelo aumento de peso. Naturalmente, os carboidratos são alimentos ricos em calorias. É preciso escolher as versões integrais dos pães, arroz e massas e não ultrapassar a recomendação diária, de 5 a 9 porções, distribuídas entre as principais refeições do dia. A metodologia do Meu Prato Saudável não é restritiva, justamente porque entendemos que a alimentação equilibrada é a melhor forma de manter a saúde e o corpo em forma”, diz Ana Paula.
“Para perder peso e mantê-lo não há segredo, nem mágica, nem milagre. A experiência nos mostra que todo tipo de restrição alimentar pode até gerar perda de peso inicialmente, mas a tendência é ganhar peso quando os alimentos são reintroduzidos. Além disso, cortar alimentos da dieta pode causar deficiências de nutrientes e prejudicar a saúde”, explica Ana Paula.
Portanto, uma alimentação saudável e equilibrada, aliada à prática de atividade física, é a melhor maneira de perder peso, mantê-lo e garantir o bom funcionamento do organismo!
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