Produtos alimentícios processados, principalmente as bebidas açucaradas e os fast food, estão modificando as dietas com resultados alarmantes para a saúde.

A Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), que faz parte da Organização Mundial da Saúde (OMS), publicou um relatório no dia 1º de setembro de 2015 sobre o impacto na obesidade dos alimentos e bebidas ultraprocessados produzidos na América Latina.

Este documento mostra que as vendas per capita destes produtos aumentaram na América Latina entre 2000-2013, e no mesmo período, diminuíram na América do Norte. O aumento do consumo foi fortemente correlacionado com o aumento do peso corporal, o que indica que estes produtos são uma das principais causas do crescimento das taxas de sobrepeso e obesidade nesta região.

Estes produtos ultraprocessados não são produzidos para atender as necessidades nutricionais das pessoas. Eles são feitos para ter uma grande durabilidade e criar desejos que podem dominar completamente os mecanismos de controle do apetite inatos das pessoas e seu desejo racional de parar de comer. Com isso, eles são duplamente prejudiciais, pois eles são quase que viciantes e fazem o indivíduo aumentar o peso corporal, se consumidos além da necessidade diária do indivíduo de caloria.

O relatório examina as vendas de produtos industrializados, incluindo refrigerantes, lanches doces e salgados, cereais matinais e barras, doces, sorvetes, bebidas energéticas, café, chás, sucos de frutas e vegetais, molhos e refeições prontas. De 2000 a 2013, a venda per capita destes produtos aumentou 26,7% nos 13 países latino-americanos estudados (Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, República Dominicana, Equador, Guatemala, México, Peru, Uruguai e Venezuela). Sendo que a venda dos mesmos produtos declinou 9,8% na América do Norte.

Um dos motivos apontados para o aumento do consumo destes alimentos na América Latina pode ser o crescimento da população, a urbanização e o aumento da renda. Porém, o comércio, as políticas regulatórias e os impostos fiscais também são importantes. Eles determinam os preços dos produtos. A legislação sobre o marketing e a implantação de políticas públicas e programas de qualidade de vida devem ser pensadas e monitoradas.

Nós do Programa Meu Prato Saudável, por meio dos nossos conteúdos e eventos sobre alimentação equilibrada, esperamos contribuir com informações sobre escolhas alimentares adequadas para mudar o panorama de saúde associado ao excesso de peso na América Latina.